Vergonha da Raça
Quero, e preciso, falar aqui de algo delicado. Tão delicado quanto a vida, com a qual somos tão displicentes. Quero falar da morte!
Jamais me imaginei fazendo isto, nem é esta a intenção dos espaços que mantenho na internet. Mas, a indignação é tanta, o nó é tão apertado que nem sei se ainda tenho garganta, o que me leva a escrever.
Mais forte e dolorosa que esses sentimentos é a insuportável vergonha que tenho sentido de ser humano, de pertencer a essa raça.
O motivo, o amigo, o leitor inteligente já deve imaginar: o frio, inominável e inaceitável assassinato da menina Isabella.
Um anjo que infelizmente não teve tempo de aprender a voar para assim poder escapar do Mal que a cercava sem que ela soubesse.
Que tamanha travessura pode ter feito a menina para merecer tal castigo?
E o que fizemos nós de tão ruim para sermos obrigados a conviver, mesmo que à distância, com elementos como esse pai e essa madrasta?
E quem, depois de estudar, se formar em direito e jurar ser arauto da verdade e da justiça, com a mão direita pousada sobre a Bíblia, aceita defender uma causa e uma gente como essas?
Quando eu morrer vou perguntar a Ele. Isso se for para o Céu, porque, chegando ao Inferno, acho que tudo se auto-explicará.
Enquanto uma punição severa, exemplar e tão impiedosa quanto o ato, não for aplicada aos assassinos da menina Isabella, porque foram eles, eram os responsáveis, ao que consta ela não se matou, ou seja, mesmo que não a tenham atirado pela janela, o que eu, e a grande maioria estarrecida com o crime duvida, a responsabilidade deve recair sobre os dois. Deve sim ser imputada ao casal.
Ora, se aconteceu o que aconteceu, eles são os únicos a serem culpados e perpetuamente encarcerados para o bem de todos que ainda têm a pretensão de viver em sociedade.
Confesso que, até que algo seja feito e amplamente noticiado, até que esse casal biltre de calhordas vis tenha o fim que merece, pelo menos para mim, a vida terá perdido a graça e, senão todo, muito do seu já comprometido valor.