Encantamento
Parece só haver dois tipos que habitam a face deste planeta, capazes de verdadeiramente encantar uma mulher logo de cara, à primeira vista, às primeiras palavras. São eles a bicha e o canalha.
O caso da bicharada se explica pela afinidade. Em dois palitos, o que não soma um par de minutos, estão trocando receitas, fofocas, dividindo segredos, confidências, viram amigas, colegas e sabe-se lá mais o quê.
Já a questão do cafajeste é pura sem vergonhice mesmo. Só essa safadeza inata, inerente e que perece ser básica à condição feminina, pode oferecer explicação aceitável para tamanho descompasso, para tal polarização.
A nós, os outros, o que resta é nos assumirmos como um bando de bípedes, implumes, aperreantes, quizilentos, mal cheirosos... E não interessa mais se bons ou maus; bonitos ou feios; milionários ou pérrapados, somos todos escravos dos encantos, dos caprichos e da agenda das fêmeas de mesma espécie. Ou desse espécime de fêmea.
